Na Audiência Geral de 20 de setembro, o Papa lançou um apelo por esforços para que fossem “encontradas soluções pacíficas, pelo bem das pessoas e o respeito da dignidade humana”. Já no Angelus de 15 de outubro, Francisco havia expresso preocupação pela sorte dos mais de 100 mil refugiados devido ao conflito, ao mesmo tempo lançado um apelo em favor da preservação dos locais de culto, incluindo os mosteiros milenares.
Vatican News
Sinal que traz esperança: foi bem recebida por Francisco pela anunciada troca de prisioneiros entre Armênia e Azerbaijão:
Congratulo-me com a libertação de um número significativo de prisioneiros armênios e azeris. Vejo com grande esperança para este sinal positivo para as relações entre a Armênia e o Azerbaijão, para a paz no Sul do Cáucaso, e encorajo as partes e os seus líderes a concluir o quanto antes o Tratado de paz.
De fato, em uma declaração conjunta divulgada na quinta-feira, 8 de dezembro, Armênia e Azerbaijão concordam em trocar prisioneiros de guerra e trabalhar para assinar um tratado de paz. Os dois países, diz no texto, “partilham a visão de que existe uma oportunidade histórica de alcançar uma paz há muito esperada”. Afirmaram ainda que pretendem “normalizar as relações e alcançar o tratado de paz com base no respeito pelos princípios da soberania e da integridade territorial”.
O Azerbaijão disse que libertaria 32 militares armênios capturados, enquanto a Armênia libertaria dois soldados azerIS. Os dois países afirmaram que continuarão as discussões “sobre a implementação de mais medidas de criação de confiança” e apelaram à comunidade internacional por apoio “que contribuirá para a construção de confiança mútua entre dois países”.
Como parte do acordo, a Armênia concordou em levantar as suas objeções ao Azerbaijão acolher a conferência internacional do próximo ano sobre as alterações climáticas. A declaração conjunta afirma que “a República da Armênia apoia a candidatura da República do Azerbaijão para sediar a 29ª Sessão da Conferência das Partes (COP29) na Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Alterações Climáticas, retirando a sua própria candidatura”.
O acordo, considerado um “grande avanço”, foi saudado pelo presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, bem como pelos Estados Unidos, que afirmou que a troca de prisioneiros de guerra era uma “medida relevante de construção de confiança enquanto os lados trabalham para finalizar um acordo de paz e normalizar as relações”.
O Azerbaijão empreendeu uma campanha militar relâmpago em setembro na região separatista de Nagorno-Karabakh. A ofensiva pôs fim a três décadas de domínio de etnia armênia e resultou na fuga da grande maioria dos 120 mil residentes da região, que é internacionalmente reconhecida como parte do Azerbaijão.