Com as “trágicas notícias que chegam do Sudão”, nesta semana de tomada de poder das forças militares, Leão XIV cita “os sofrimentos inaceitáveis da população”, como “violência indiscriminada contra mulheres e crianças, ataques a civis indefesos e graves obstáculos à ação humanitária” e pede ações urgentes. Papa ainda reza pela Tanzânia e pede o fim da violência de protestos pós-eleições que fizeram “numerosas vítimas”.
Andressa Collet – Vatican News
Assim o Papa Leão XIV recordou, ao final da oração mariana do Angelus deste domingo (02/11), da população que sofre em El Fasher, cidade que foi tomada há uma semana pelas forças militares RSF (Forças de Apoio ligeiro), marcando a fase mais sangrenta da guerra civil do país africano que, desde 2023, já matou mais de 150 mil pessoas. Autoridades europeias descreveram a situação no país, que vive “a maior crise humanitária do mundo”, como “apocalíptica”. A própria ONU fala em massacre e descreve assassinatos em massa, violência sexual e impotências das organizações humanitárias que não conseguem lidar com a emergência.
Com o Sudão à beira de um colapso total, registrando milhões de deslocados e fome generalizada, o Papa Leão XIV fez novamente um apelo à paz e à ação da comunidade internacional em prol de centenas de civis, famílias inteiras e também já órfãos, forçados a abandonar tudo para fugir da violência das forças militares. Testemunhos de sobreviventes relatam massacres e crianças assassinadas na frente dos pais. O Pontífice, então, exortou:
Leia aqui a íntegra das palavras do Papa Leão XIV
A oração pela Tanzânia pós-eleições
Em seguida, o Papa também se uniu em oração pela população da Tanzânia, onde foram registradas mortes com os protestos antigoverno em várias cidades, que eclodiram após as eleições gerais realizadas na última quarta-feira (29/10) que elegeu a atual chefe de Estado, Samia Suluhu Hanna, com 97,6% dos votos, que faz parte do partido que governa o país desde a independência, em 1961.
Há informações contraditórias sobre o número de mortos, o que não é facilitado pelo fato da Internet ter sido desligada em todo o país. A ONU apelou às forças de segurança da Tanzânia para que se abstivessem de atos de violência não provocados, enquanto os ministros dos Negócios Estrangeiros do Reino Unido, do Canadá e da Noruega emitiram uma declaração conjunta apelando às autoridades para que “exerçam a máxima contenção” e respeitem a “liberdade de expressão”. E o Papa fez um pedido:
“Rezemos também pela Tanzânia, onde, após as recentes eleições políticas, eclodiram confrontos com numerosas vítimas. Convido todos a evitar qualquer forma de violência e a seguir o caminho do colóquio.”
A lembrança cristã dos falecidos
Nas saudações finais, a romanos e peregrinos da própria Itália e de vários outros países, como do Colégio São Tomás de Lisboa, em Portugal, o Papa Leão XIV recordou a missa deste domingo (02/11) em sufrágio aos falecidos no Cemitério Monumental Verano, de Roma, e disse:
“Espiritualmente, irei visitar os túmulos dos meus entes queridos; assim como rezarei pelos mortos que ninguém recorda. Porém, o nosso Pai celestial nos conhece e nos ama um por um e não se esquece de ninguém! A todos, bom domingo na memória cristã dos nossos falecidos.”


