Papa recorda Jimmy Carter, “comprometido com a causa da reconciliação e da paz”

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O trigésimo nono presidente dos Estados Unidos faleceu aos 100 anos no domingo, em sua lar em Plains, na Geórgia.

Vatican News

Com tristeza o Santo Padre recebeu a notícia do falecimento de Jimmy Carter aos 100 anos no domingo, 29 de dezembro, oferecendo suas sentidas condolências. Ele governou os Estados Unidos de 20 de janeiro de 1977 a 20 de janeiro de 1981. Desde fevereiro de 2023 o ex-presidente recebia tratamentos paliativos em sua lar. 

Em telegrama assinado pelo cardeal secretário de Estado, Pietro Parolin, o Pontífice recordou “o seguro compromisso do presidente Carter, motivado por uma profunda fé cristã, com a causa da reconciliação e da paz entre os povos, a defesa dos direitos humanos e o bem estar dos pobres e necessitados”.

O Papa também confia sua alma à infinita misericórdia de Deus Todo-Poderoso, assegurando suas orações “pela consolação de todos os que choram a sua morte”.

Jimmy Carter e esposa eram exemplos de fé cristã, diz arcebispo de Atlanta

 

Em uma mensagem, o arcebispo de Atlanta, Gregory J. Hartmayer, OFM Conv., diz ter recebido com grande tristeza a morte do trigésimo nono presidente dos Estados Unidos, Jimmy Carter. “Há pouco mais de um ano, Rosalynn, a amada esposa do presidente Carter, foi sepultada em Plains, Geórgia. Naquela época, o ex-presidente escreveu: ‘Enquanto Rosalynn estava no mundo, sempre soube que alguém me amava e me apoiava.’”

O prelado destaca que o casamento de setenta e sete anos “foi um testemunho de sua fé em Deus e um no outro. Embora parecesse frágil e fisicamente fraco, o presidente Carter compareceu ao Serviço Memorial de Rosalynn para se despedir do amor de sua vida, a melhor amiga e confidente (…). Que eles descansem em paz no abraço amoroso do Deus Todo-Poderoso.”

Dom Gregory recorda ainda que em outubro de 1979, o presidente Carter deu as boas-vindas ao Papa São João Paulo II na lar Branca, não como um chefe de Estado ou líder religioso, mas como um irmão. O presidente afirmou: “Este é um dia para louvar a Deus. Em nome de todos os americanos de todas as religiões, estou feliz e honrado em recebê-lo, Papa João Paulo, na Capital dos Estados Unidos da América. Bem-vindo. Em nossas almas, há um sentimento especial que podemos chamar de felicidade solene. Este dia histórico traz à tona tal sentimento, pois marcamos outro marco na longa e interligada história de nosso país e sua fé em Deus.”

Após esse encontro, o Santo Padre disse: “E para mim grande honra ter tido a possibilidade — graças ao seu cordial convite — de achar-me com Vossa Ex.cia que, na sua função de Presidente dos Estados Unidos da América, representa perante todo o mundo a inteira Nação americana e tem a grande responsabilidade de guiar o País pelo caminho da Justiça e da Paz.” O respeito mútuo e a afeição um pelo outro continuaram ao longo dos anos, enquanto ambos defendiam a paz e os direitos humanos.

O prelado estadunidense recorda ainda que quando era bispo de Savannah conheceu os Carters na Igreja Batista Maranatha em outubro de 2019: “O presidente Carter me convidou para sua aula de Bíblia, e naquela manhã em particular a lição era sobre o amor. Ele fez a pergunta: ‘O que devemos fazer para receber o amor de Deus?’ Houve muito entusiasmo entre os jovens em responder à pergunta. No final, o presidente disse: ‘Nada, porque Deus nos ama primeiro.’ Eu fiquei para o culto na igreja e me senti muito bem-vindo. Mais tarde naquele dia, o presidente e a primeira dama compareceram a uma Missa que celebrei na paróquia católica local.”

Para gom Gregory, Jimmy Carter e sua esposa exemplificaram a fé cristã: “quer viajando pelo mundo para promover a democracia e proteger os direitos humanos, como construindo casas com a Habitat for Humanity ou ensinando na escola dominical em Plains, Geórgia, eles fizeram do mundo um lugar melhor”. 

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