A Santa Sé promove nesta quinta-feira (10) um encontro em modalidade on-line sobre uma das crises humanitárias mais graves das últimas décadas que aflige hoje as populações da Síria, Iraque e países vizinhos. Na abertura do evento, uma mensagem em vídeo do Papa Francisco sobre atuação das organizações católicas naquela região e um apelo à comunidade internacional sobre a situação dos deslocados e refugiados: “todo esforço – grande ou pequeno – feito para promover o processo de paz é como colocar um tijolo na construção de uma sociedade justa, que se abra ao acolhimento, e onde todos possam achar um lugar para morar em paz”.
Andressa Collet – Vatican News
O Papa Francisco foi quem abriu os trabalhos de um encontro on-line sobre a crise humanitária na Síria e no Iraque, promovido nesta quinta-feira (10) pelo Dicastério para a Promoção do Desenvolvimento Humano Integral da Santa Sé. O conflito nos dois países do Oriente Médio tem gerado milhões de deslocados internos e de famílias que precisam de assistência humanitária.
Em mensagem em vídeo, o Pontífice saudou os participantes do evento provenientes de 50 organizações católicas de caridade, além de representantes dos episcopados locais, instituições eclesiais, congregações religiosas e núncios apostólicos da região. Em seguida, procurou distinguir três pontos para análise sobre uma das crises humanitárias mais graves das últimas décadas. Francisco mencionou a difícil situação dos deslocados pela guerra, em particular, os cristãos; fez um apelo à comunidade internacional em favor dos refugiados e encorajou ainda mais a atuação das organizações católicas.
Os deslocados pela guerra
O Papa, então, iniciou dando a sua contribuição para a reflexão dos graves problemas que afligem hoje as populações da Síria, do Iraque e países vizinhos, através do fenômeno dos deslocados:
“O meu pensamento vai especialmente às pessoas que tiveram que deixar as próprias casas para escapar dos horrores da guerra, em busca de melhores condições de vida para si e para os próprios familiares. Em particular, recordo os cristãos forçados a abandonar os lugares onde nasceram e cresceram, onde a fé foi desenvolvida e enriquecida. É preciso garantir que a presença cristã, nestas terras, continue a ser o que sempre foi: um sinal de paz, de progresso, de desenvolvimento e de reconciliação entre as pessoas e os povos.”
O apelo à comunidade internacional
Ao fazer referência “aos refugiados que querem retornar ao país” de origem, o Papa exortou:
A atuação das organizações católicas na região
A mensagem em vídeo do Papa foi finalizada com uma reflexão sobre a atuação das organizações católicas empenhadas nos programas de ajuda e assistência humanitária naquela região. De fato, a rede eclesial como um todo, desde 2014 destinou mais de 1 bilhão de dólares ao atendimento emergencial, chegando a mais de 4 milhões de beneficiários individuais por ano.
Francisco procurou incentivar ainda mais os participantes do encontro que, seguindo “o exemplo do Bom Samaritano, estão trabalhando sem reservas para acolher, cuidar e acompanhar os migrantes e os deslocados nestas terras, sem distinção de credo”. O Pontífice fez questão de evidenciar que todo esse trabalho é feito conjuntamente, porque “vocês não estão sozinhos!”, disse o Papa, “toda a Igreja se torna uma só”: