Para o Papa, uma pasta de esposas e mães ucranianas com histórias de prisioneiros de guerra

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Na segunda audiência geral do ano, na quarta-feira (15/01) Francisco recebeu de cinco mulheres ucranianas uma pasta com as histórias de civis que, após a invasão russa, procuraram proteger sua terra natal e muito provavelmente foram capturados pelo exército inimigo. Um novo espetáculo circense oferecido ao Pontífice

Vatican News

Seiscentas folhas, com o mesmo número de histórias de homens ucranianos dos quais não se tem mais notícias. Elas foram reunidas em uma pasta que foi entregue nas mãos do Papa Francisco na manhã desta quarta-feira (15/01), durante a Audiência Geral, por cinco mulheres, mães e esposas de prisioneiros de guerra do país atormentado. Em cada folha de papel estão os nomes, a data de nascimento, a data do último contato e os endereços de telefone e e-mail dos 600 “desaparecidos”. Trata-se de civis que, após a invasão russa, procuraram proteger sua terra natal e que muito provavelmente foram capturados pelo exército inimigo.

O Papa olha a pasta com as histórias de prisioneiros de guerra ucranianos (Vatican Media)

O Papa olha a pasta com as histórias de prisioneiros de guerra ucranianos (Vatican Media)

Dor e esperança

As cinco mulheres usavam camisetas brancas nas quais estavam estampadas duas asas, uma amarela e outra azul, como as cores da bandeira ucraniana, e as iniciais da Associação à qual pertencem: “Mulheres pela Defesa do Território”. Confiaram toda a sua dor ao Pontífice, porque depositam nele toda a sua “esperança pelo destino de nossos corajosos maridos e filhos, a fim de que se abram corredores humanitários para a troca de prisioneiros e para que o terror da guerra chegue ao fim”. E Francisco mais uma vez beijou a bandeira nacional ucraniana que as mulheres haviam trazido com elas, assegurando-lhes suas orações. “Também doamos ao Santo Padre uma típica boneca de pano ucraniana, chamada mutanka – um símbolo de bondade e esperança que historicamente em nossos lares é considerada a guardiã da família – na qual costuramos as mesmas duas asas representadas em nossa camiseta”, concluíram as cinco ucranianas.

O espetáculo do circo Rony Roller

Também nessa segunda audiência geral de 2025, a Sala Paulo VI foi transformada por alguns minutos em um palco para os circenses. Depois da apresentação dos artistas do CircAfrica na quarta-feira passada, desta feita foi a vez dos palhaços, malabaristas, acrobatas e dançarinas do Circo Rony Roller. E o Papa Francisco participou ativamente do espetáculo, não apenas como espectador, mas também jogando uma bola de tênis para o cachorro da companhia. O Bispo de Roma dirigiu aos circenses palavras de agradecimento sincero pelo trabalho que realizam todos os dias, pedindo a todos os presentes um forte aplauso para eles.

Uma apresentação do Circo Rony Roller (Vatican Media)

Uma apresentação do Circo Rony Roller (Vatican Media)

Um grupo de líderes de Igreja da Inglaterra

Particularmente significativa do ponto de vista ecumênico, tendo em vista a iminente abertura da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, foi a presença de um grupo de líderes de Igrejas da Inglaterra. Acompanhados pelo padre Martin Browne, do Dicastério para a Promoção da Unidade dos Cristãos, e liderados pelo bispo Peter Collins, ordinário de East Anglia, eles saudaram o Pontífice no final da audiência. Eles fazem parte do “Churches together” (Igrejas unidas), um grupo ativo no condado de Norfolk.

Uma delegação das Misericórdias da Itália, encabeçada pelo bispo Franco Agostinelli, corregedor nacional, participou da audiência para pedir ao Papa que abençoasse a Cruz que “acompanhará a ‘Peregrinatio’ em todas as mais de 800 sedes das Misericórdias na Itália durante o tempo do Jubileu”, explicou o prelado. Trata-se de um ícone de madeira de oliveira, com cerca de um metro e meio de altura, que “esperamos que seja uma inspiração nos momentos de reflexão e oração durante este Ano Santo”, acrescentou.

Mais de sessenta membros da Associação de Cozinheiros da Provincia Granda, ativa na província de Cuneo, doaram ao Pontífice “um avental de cozinha, símbolo de nosso trabalho exigente”, e depois pediram que o Santo Padre “autografasse um para ser cuidadosamente preservado em nossa sede”.

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