Hoje, para padre Ciotti, “graças a essas mulheres, um fermento subterrâneo está crescendo. Está crescendo uma consciência racional de que um mecanismo irrefreável foi colocado em movimento. Não há apenas o desejo de mudar o campo, há acima de tudo a necessidade de recuperar o que as máfias ‘roubaram’ delas: liberdade, vida, dignidade. É uma ruptura com o mal, uma ruptura cultural antes de tudo, e dessa forma elas ‘enfraquecem’ o poder da máfia por dentro”
Vatican News
“Grande emoção e gratidão ao Papa Francisco, que esta segunda-feira, 30 de outubro, quis receber no Vaticano uma significativa representação de mulheres que decidiram romper códigos milenares baseados em violência e ameaças. Elas pedem uma mão, pedem para serem acompanhadas para sair do contexto mafioso. Mulheres que, depois de se tornarem mães, olham para seus filhos, meninos e meninas, e não aceitam a ideia de que um dia essas vidas serão peças em um jogo de poder, de violências e de prisão”.
É o que diz padre Luigi Ciotti, presidente de Livre e do Grupo Abel, após a audiência concedida pelo Papa Francisco a um grupo de mulheres que se rebelaram contra a máfia. O padre continua:
“As máfias ‘confiscaram’ suas vidas. Mulheres que se rebelam contra a ‘lei’ do clã e buscam uma saída. É uma rebelião de corações e consciências. Mulheres que, apesar dos códigos culturais estabelecidos, dizem: ‘Basta’! ‘Basta’ desse absurdo respeito sagrado pelo papel subordinado da mulher. Conscientes de que a violação foi frequentemente paga com a morte”.
A liberdade é filha da justiça e da solidariedade
Hoje, para padre Ciotti, “graças a essas mulheres, um fermento subterrâneo está crescendo. Está crescendo uma consciência racional de que um mecanismo irrefreável foi colocado em movimento. Não há apenas o desejo de mudar o campo, há acima de tudo a necessidade de recuperar o que as máfias ‘roubaram’ delas: liberdade, vida, dignidade. É uma ruptura com o mal, uma ruptura cultural antes de tudo, e dessa forma elas ‘enfraquecem’ o poder da máfia por dentro”.
“Mães que decidem se afastar e pedir ajuda. É necessário que muitas delas mudem seus nomes, suas generalidades. Um novo nome significa assumir a responsabilidade por uma renovação real de sua existência. É poder reconstruir laços de amizade, afetivos e profissionais sem o medo de ser reconhecidas e, portanto, rastreadas por aqueles que as procuram para fazê-las pagar”.
O presidente de Livre e do Grupo Abel observa: “Elas pedem para ser livres. E a liberdade é filha da justiça que saberemos cada vez mais conquistar e da solidariedade que saberemos desenvolver”.
(com Sir)