Após o anúncio de segunda-feira (10/06) do Papa de que a Porta Santa será aberta em uma penitenciária no Jubileu de 2025, o inspetor-geral dos capelães das prisões na Itália explica como esse gesto é portador de grande esperança: “é um ato de misericórdia, um bálsamo para as feridas de pessoas que muitas vezes são esquecidas pela sociedade”. A superlotação é o primeiro problema ainda a ser resolvido.
Federico Piana – Vatican News
“O Papa quer abrir de as portas da esperança”. Quando ouviu Francisco na segunda-feira (11/06) acrescentar ao seu discurso na Prefeitura de Roma a frase com a qual o Pontífice lembrou ao mundo inteiro que queria abrir a Porta Santa de uma prisão no Jubileu de 2025, o Pe. Raffaele Grimaldi ficou mais uma vez cheio de alegria e emoção. Não porque a notícia fosse nova – ela está contida na Bula de Indicação do Ano Santo emitida em 9 de maio – mas porque “reafirma a grande atenção da Igreja àqueles que experimentam a privação da liberdade, muitas vezes em sofrimento”.
Um verdadeiro ato de misericórdia, de acordo com o inspetor geral dos capelães das prisões italianas, que é realizado através do trabalho incansável “dos agentes da Pastoral Carcerária, como capelães, religiosos, diáconos e voluntários que todos os dias entram nas prisões para apoiar e consolar os mais excluídos da sociedade”.
Uma boa oportunidade
O Jubileu de 2025, portanto, poderia ser uma boa oportunidade para repensar a relação entre a sociedade e a dimensão carcerária e a da justiça. “Certamente, também porque o próprio Papa Francisco convida os Chefes de Estado a respeitar os direitos humanos e pede a abolição da pena de morte, considerada uma medida contra a fé que aniquila toda esperança”, explica Pe. Grimaldi. Ele espera que a abertura da Porta Santa em um local de detenção e dor possa chamar a atenção para milhares de pessoas “muitas vezes totalmente esquecidas pela sociedade”.
Criticidades perigosas
No centro das críticas ao sistema carcerário italiano, o inspetor geral de capelães identifica a superlotação como a principal causa. “Isso não permite”, afirma ele, “estabelecer um relacionamento sereno com os detentos. E então, quando há falta de pessoal, quando a reeducação não acontece, quando até mesmo os médicos não são suficientes em nossas penitenciárias, as dificuldades, os desentendimentos e a violência aumentam”.