Na cidade de L’Aquila, será realizada a 731ª edição da indulgência plenária, introduzida pelo Papa Celestino V em 1294. A programação inclui eventos até o dia 30 de agosto. Na quinta-feira, dia 28, o Cardeal Parolin, Secretário de Estado do Vaticano, abrirá a Porta Santa da Basílica de Santa Maria de Collemaggio, que será fechada pelo arcebispo Dom D’Angelo, 24 horas depois.
Daniele Piccini – Vatican News
Com a quarta edição do congresso teológico-pastoral neste sábado, 23 de agosto, em L’Aquila, o programa religioso do 731º Perdão Celestino (Perdonanza Celestiniana) entra em sua fase principal. Trata-se de uma celebração instituída pelo Papa Celestino V em 1294 para conceder a indulgência plenária a quem, após confissão e arrependimento, atravessasse a Porta Santa da Basílica de Santa Maria de Collemaggio, em L’Aquila, nas horas entre as vésperas de 28 de agosto e as do dia 29.
Caminho e peregrinação
O congresso deste ano é dedicado ao tema “O caminho da vida cristã em um entrelaçamento de esperança e paciência. Celestino V e a cultura do perdão”. Padre Daniele Pinton, reitor do Instituto Superior de Ciências Religiosas ‘Fides et Ratio’, que o organiza, explica à mídia vaticana que o título se inspira “na bula de instituição do Jubileu pelo Papa Francisco, que, ao falar dos percursos que os peregrinos farão, os descreve como um caminho da vida cristã e fala deste entrelaçamento entre esperança e paciência”. Ao mesmo tempo, na bula, Francisco associa a caminhada do Perdão Celestino a outras tradicionais peregrinações ligadas ao perdão, como “a de Assis, o trajeto dos franciscanos, e a de Santiago de Compostela. Para nós, esta foi uma grande novidade, um grande presente que, de fato, foi destacado no congresso do ano passado”, acrescenta o padre Pinton”. “O objetivo do congresso deste ano – explica ainda o sacerdote – é sublinhar o tema da peregrinação, o tema do caminhar, repropondo-o como um dos temas concretos do Perdão Celestino, que de fato faz parte de um caminho com o qual nos colocamos à disposição de Deus. Um caminho através do qual redescobrimos Deus em nossa vida, dedicando a Ele o tempo e a própria cansaço da caminhada”.
“O perdão que traz a paz”
Durante a Audiência Geral de quarta-feira, 20 de agosto, o Papa Leão XIV disse aos peregrinos de língua portuguesa que “não pode haver paz sem perdão”’: um binômio central também na ideia celestiniana de indulgência. “O tema da paz – argumenta o reitor do Instituto Fides et Ratio – é um tema muito recorrente no Perdão Celestino. A Igreja de L’Aquila, nos últimos 25 anos, ligou estritamente o tema da paz ao tema do perdão de Celestino, justamente porque o perdão concebido por Celestino era uma paz pensada para toda a população e para os Estados”.
Aceitar o perdão
Além do perdão como pressuposto da paz entre os povos, há um perdão que traz cura para a pessoa. “O perdão – analisa o padre Pinton – é uma dimensão que deve ser descoberta também pessoalmente por cada um de nós. É preciso ter a coragem de aceitar ser perdoado. É muito cansativo perdoar, mas é ainda mais cansativo acolher o dom do perdão, porque isso exige, de cada um de nós, uma dimensão espiritual, uma dimensão interior que nos leva gradualmente a sermos melhores. Quando eu acolho o perdão de outra pessoa, significa que já fiz uma caminhada pessoal nessa perspectiva”.
Na noite de sábado (23/08), o Tripé da Paz será aceso na praça do Palazzo de L’Aquila. O “Fuoco del Morrone”, que partiu do Eremitério de Sant’Onofrio, dá início oficial às celebrações e representa os valores universais de paz, reconciliação e colóquio entre os povos. Na quinta-feira, 28 de agosto, às 18h, o Cardeal Pietro Parolin, Secretário de Estado da Santa Sé, abrirá a Porta Santa da Basílica de Santa Maria de Collemaggio. Mas já a partir das 16h, o centro histórico estará animado por centenas de figurantes em trajes medievais que acompanharão, em um desfile histórico, o documento redigido pelo Papa Celestino V em 1294, com o qual foi instituída a indulgência plenária. A Porta Santa será então fechada, em 29 de agosto, também às 18h, por Dom Antonio D’Angelo, Arcebispo Metropolitano de L’Aquila.