A Suprema Corte do Peru rejeitou o pedido de libertação do ex-presidente Castillo que, da prisão, pediu à Forças de Ordem para que depusessem suas armas. Decretado estado de emergência em todas as rodovias do país para permitir a livre circulação impedida pelos protestos dos apoiadores
Adriana Masotti – Vatican News
A Suprema Corte peruana rejeitou ontem à noite (13/12) o pedido de libertação que havia sido apresentado pelos advogados do ex-presidente Pedro Castillo, que está em prisão preventiva sob acusações de “rebelião” após a tentativa fracassada de dissolver o Parlamento. O magistrado competente considerou, de fato, que o crime de rebelião não ocorreu apenas através da insurreição nas armas, como alegou a defesa de Castillo, mas também na tentativa de retirar a autoridade das instituições democráticas e de concentrar todo o poder em uma só pessoa.
Castillo à polícia: deponham as armas
O período de prisão preventiva imposto pelo Juiz Juan Carlos Checkley Soria e solicitado pelo Ministério Público, expira hoje às 12h42, horário local, e é possível que, para evitar o retorno de Castillo à liberdade, seja estabelecido outro período de prisão preventiva, enquanto se aguarda o desenvolvimento da investigação. Pouco antes de saber da rejeição de seu pedido de libertação imediata, o ex-presidente Pedro Castillo havia divulgado de sua cela uma mensagem manuscrita assinada como “presidente constitucional do Peru”, na qual conclamava a polícia e o exército a deporem suas armas. “Diante dos graves episódios de massacres do meu povo”, lê-se, “exorto a polícia nacional e as forças armadas a deporem suas armas para pôr fim ao derramamento de sangue do meu povo”. Castillo então acusa a Presidente Dina Boluarte e seus colaboradores de serem responsáveis pelo “feroz ataque contra meus concidadãos”.
Até hoje, há sete vítimas dos tumultos
Ontem (13), em um novo discurso à nação, a presidente Boluarte enfatizou que seu governo, “é de transição” e que “já decidiu antecipar as eleições previstas para 2026”, e será o Parlamento a decidir a data. Enquanto isso, os protestos dos apoiadores do ex-presidente continuam e, desde que começaram em 7 de dezembro, já houve sete vítimas em confrontos com a polícia.
Diante das barricadas colocadas pelos manifestantes nas principais estradas do país, foi decidido declarar o estado de emergência em toda a rede rodoviária, a fim de garantir a livre circulação de mercadorias e pessoas. Uma medida semelhante será provavelmente adotada para a proteção de aeroportos, usinas hidrelétricas, fábricas e, em geral, e para as principais infraestruturas estratégicas”.