Presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa presidiu no parlamento à sessão solene comemorativa do 25 de abril, a” Revolução dos Cravos”.
Domingos Pinto – Lisboa
De forma inédita, por força da pandemia da Covid-19, e com apenas 88 pessoas presentes entre representantes do poder político e convidados, decorreu sábado, 25 de abril, na Assembleia da República em Lisboa, a 46ª sessão solene comemorativa da “Revolução dos Cravos”.
A cerimónia iniciou-se com um minuto de silêncio, a pedido do Presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues, em memória dos portugueses que morreram devido à Covid-19.
No início da sua intervenção o Chefe de Estado justificou não apenas a própria cerimónia em tempo de confinamento social, mas também do estado de emergência, e pediu que se tirem as lições destes tempos de pandemia que impõem unidade, mas “não unicidade nem unanimismo”.
“Esta sessão é um bom e não um mau exemplo. O que seria verdadeiramente incompreensível e civicamente vergonhoso era haver todo um país a viver este tempo de sacrifício e de entrega e a Assembleia da República demitir-se de exercer todos os seus poderes numa situação em que eles eram e são, mais do que nunca, imprescindíveis”, defendeu Marcelo, aplaudido por todo o Parlamento.
O Presidente da República defendeu que “o 25 de abril é essencial e tinha de ser evocado”, tal como vão ser o 10 de junho, o 05 de outubro e o 01 de dezembro.
“Em tempos excecionais de dôr, sofrimento, luto, separação e de confinamento, é que mais importa evocar a pátria, a independência, a República, a liberdade e a democracia”, acentuou o Chefe de Estado.
Defendeu que será preciso “combater a crise na saúde”, assim como “a crise económica e social”, lembrou os mortos e alertou que é preciso tratar de todos, “dos pacientes do vírus e de outras doenças” e “acorrer aos desempregados”.
O Presidente da República afirmou que a situação exige “uma Europa lúcida, solidária e rápida a agir”, e citou o Papa Francisco para dizer que é preciso “não imolar quem ficou para trás no altar do progresso”.
“Vamos ao essencial. Vencer as crises que temos que vencer”, concluiu o Presidente da República.