“Encaminhar o mundo em um trajeto sustentável”, é o objetivo do apelo do Secretário Geral da ONU, António Guterres convidando os governos a “usar fundos públicos para investir no porvir ajudando o meio ambiente e o clima, não em energias do passado”
Vatican News
“A ação pelo clima é a única maneira de garantir um planeta habitável para esta geração e para as gerações futuras”. Palavras do Secretário Geral das Nações Unidas, António Guterres, em uma coletiva de imprensa dia 9 de setembro para a apresentação do relatório United in Science 2020 (preparado em colaboração com a Organização Meteorológica Mundial). Na ocasião o Secretário quis reiterar que durante a pandemia, “o aquecimento do nosso planeta não parou. As concentrações de gases de efeito estufa alcançaram novos recordes em 2020”. Segundo o diplomata português “para o enfrentamento de uma pandemia ou uma crise climática, fica claro que precisamos de ciência, solidariedade e soluções decisivas”.
Objetivos do Acordo de Paris
As políticas escolhidas e adotadas para a recuperação econômica, reiterou o Secretário Geral da ONU, devem ser dirigidas de modo a permitir “uma oportunidade real para que o mundo se encaminhe em um trajeto sustentável”, necessário para atingir o objetivo de limitar o aumento das temperaturas neste século a 1,5 graus centígrados. Porém, Guterres destaca que uma desaceleração tanto nas economias quanto nos gases de efeito estufa devido aos bloqueios pelo coronavírus, principalmente por serem de curto prazo, segundo dossiês científicos “não substituem a ação climática necessária para atingir os objetivos do acordo de Paris”.
Não basta lockdown, precisa-se de energia limpa
Por isso o Secretário da ONU convidou todos os líderes a escolher o caminho da energia limpa, insistindo que ” deveriam ser usados fundos públicos para investir no porvir, não em energias do passado, estes deveriam ser aplicados em setores e projetos que ajudam o meio ambiente e o clima”.
Falou também sobre os subsídios aos combustíveis fósseis que “devem acabar, os poluidores devem pagar por sua poluição e não devem ser construídas novas usinas centrais de energia a carvão”. Um negócio que, diz ele, “está desaparecendo” e para o qual não há mais espaço nos planos de recuperação econômica pós-pandêmica.