O Presidente de Moçambique, Filipe Jacinto Nyusi, chocado com o conflito no centro de Moçambique, movido pela autoproclamada Junta Militar da Renamo, dirigida por Mariano Nhongo, decreta uma trégua, abrindo espaço ao colóquio com aquela ala militar e dissidente da Renamo (o maior partido da antítese no País).
Hermínio José – Maputo, Moçambique
O Estadista moçambicano, que falava num evento em Pemba, Cabo Delgado, abriu outra oportunidade de colóquio para que os guerrilheiros em causa explorem os mecanismos de comunicação abertos para dialogarem com o Governo.
Trégua de uma semana para o colóquio
“Irei instruir as Forças de Defesa e Segurança para, a partir do dia 25 de outubro e por um intervalo de uma semana, pararem de perseguir a Junta (militar), precisamente para darmos a oportunidade à Junta para poder voltar ao colóquio como sempre foi o estilo dos moçambicanos. Portanto, não vamos perseguir a Junta durante uma semana precisamente para dizer que nós, eu estou aberto, o País está aberto e eles já sabem como estamos a trabalhar”, referiu Filipe Nyusi.
Nações Unidas lamentam a falta de abertura de Mariano Nhongo
Entretanto, segundo o enviado especial do Secretário-geral das Nações Unidas para o colóquio em Moçambique, Mirko Manzoni, Mariano Nhongo é a peça-chave para a pacificação de Manica e Sofala, mas tem se mostrado um homem inflexível, tendo todas as tentativas de colóquio resultado num fracasso.
Um guerrilheiro e grande estratega militar, Nhongo foi um operativo de Afonso Dhlakama durante a guerra civil dos 16 anos, e manteve lealdade até à sua morte, tendo se revelado o rosto da contestação da liderança de Ossufo Momade que passou a presidir a Renamo.
De referir que Mariano Nhongo posicionou-se nas matas, distribuiu homens que fazem ataques contra civis na Estrada Nacional n°1, colocando em causa a livre circulação de pessoas e mercadorias. Os ataques da autoproclamada Junta Militar da Renamo começaram em junho de 2019, e nunca se conseguiu sentar com o seu lider Mariano Nhongo, para o colóquio.