A PROMAICA – Promoção da Mulher Angolana na Igreja Católica – nasceu há 30 anos na Diocese de Benguela por desejo de D. Óscar Braga e de Rosália Nawakemba. Hoje está em todas as Dioceses do país e tem porvir. A comemoração foi adiada devido ao Covid-19.
Dulce Araújo – Cidade do Vaticano
A PROMAICA, Promoção da Mulher na Igreja Católica Angolana, comemora neste 2020 os seus 30 anos de vida. É um aniversário atípico devido à pandemia de Covid-19. Com efeito, o Congresso Nacional que estava previsto para o mês de Agosto foi – segundo Julieta Araújo, actual Coordenadora Nacional – adiado para uma data mais oportuna. Por seu lado, Rosália Nawakemba, co-fundadora, juntamente com o saudoso D. Óscar Braga, fala da génese deste organismo, que se deu como objectivo criar um espaço em que a mulher pudesse promover a si própria cristã e humanamente e contribuir para uma sociedade melhor. Ou seja, “promover-se para promover” – frisou Julieta Araújo.
Formação cristã e humana
A PROMAICA tem trabalhado em várias frentes, mormente na formação das mulheres para que elas sejam protagonistas do seu desenvolvimento numa perspectiva integral. E tem conseguido dar passos importantes: de forma geral, a mulher angolana está hoje mais unida, mais instruída, e tem maior consciência da sua participação civil e eclesial – considera Rosália Nawakemba.
Além disso, há novas líderes à frente deste organismo que tem cerca de 95 mil membros, está presente nas 18 Dioceses angolanas e já tem uma ala jovem com quase nove mil membros. Tudo isto dá grande felicidade à Rosália Nawakemba que diz estar segura de que vai haver porvir. Já D. Óscar dizia: a PROMAICA é um movimento que “vai dar cartas, pois que está a desenvolver-se bem”. Para a Rosália é obra do Espírito Santo, pois o movimento nasceu quase do nada e hoje já está presente não só em toda Angola, como também em Moçambique – refere, por sua vez a Julieta.
Colaboradora e não serva na Igreja
A PROMAICA tem a CEAST da sua parte e a mulher é vista na Igreja não como serva, mas como colaboradora – afirma ainda a fundadora, que diz, todavia, sentir-se melancólico por ver que tantas mulheres no meio rural vivem ainda numa grande pobreza. E pede que a Igreja ajude a PROMAICA a ajudá-las.
No plano espiritual considera que é preciso acabar com algumas tradições incompatíveis com o cristianismo como a feitiçaria e deixa um apelo às mulheres a levaram avante os objectivos da PROMAICA e a defenderem o bem comum.
Aos 30 anos da PROMAICA dedicamos três episódios da rubrica “África. Vozes Femininas: Igreja, sociedade”
História da PROMAICA
Passos dados pela PROMAICA
Combater a pobreza, aprofundar a formação cristã, combater feitiçaria e egoísmos…
Artigo sobre PROMAICA na revista “Donna, Chiesa, Mondo”
De salientar que a revista “Donna, Chiesa, Mondo”, suplemento mensal sobre a mulher, do jornal do Vaticano, l’Osservatore Romano”, tem no seu número de Novembro de 2020 (toda ela dedicada à mulher africana) um amplo artigo sobre os 30 anos da PROMAICA. Publicado em italiano, o artigo foi depois traduzido para o inglês, espanhol, português e francês.