O último capítulo da Fratelli Tutti, do Papa Francisco, está consagrado ao colóquio Inter-religioso e à missão e responsabilidade das religiões para edificar a fraternidade e amizade social, abrindo caminhos de compreensão, amor e bem querência.
Dom Roberto Francisco Ferreria Paz – bispo diocesano de Campos (RJ)
No dia 21 de janeiro, celebramos o Dia Mundial da Religião e, no Brasil, o Dia Nacional de Combate à Intolerância religiosa. Estas duas datas nos fazem pensar no contributo e na missão precípua e transcendente das religiões na construção de um mundo mais fraterno e unido.
O Dia Mundial da Religião foi iniciativa da fé bahá’í, aprovada pela ONU, em sua Assembleia Geral, de 1949; uma religião fundada na Pérsia e, por ser favorável ao encontro e a união entre as religiões, foi cruel e sistematicamente perseguida. Já o dia nacional de combate à intolerância religiosa, foi instituído em 2007, pela lei 11.635, em homenagem à ialorixá Mãe Gilda que foi vítima de intolerância religiosa.
Como vemos, a intolerância e os conflitos inter-religiosos têm se acentuado com a globalização gerando fanatismo, fundamentalismo que termina se manifestando em violência, perseguição e morte por motivos de crenças. Há tempos, ainda recentes, afirmava um célebre teólogo cristão que a Paz, no mundo, passa pela paz e o colóquio entre as religiões. O último capítulo da Fratelli tutti, do Papa Francisco, está consagrado ao colóquio Inter-religioso e à missão e responsabilidade das religiões para edificar a fraternidade e amizade social, abrindo caminhos de compreensão, amor e bem querência.
Nesta semana que passou, foi apresentado, no dia 19 de janeiro, o II Relatório sobre intolerância religiosa no Brasil, América Latina e o Caribe. Constata-se, apesar de um crescimento das diversas formas e vítimas da intolerância, também uma maior consciência, em grupos e movimentos inter-religiosos, que vão formando e capacitando agentes e firmando redes de proteção e prevenção, estabelecendo parcerias religiosas, civis e com o poder público, através de conselhos e outros organismos comunitários e públicos.
Ser religioso e, mais especificamente cristão, é testemunhar o Deus amor, que quer que seus filhos vivam em paz como irmãos(ãs); o Reino instaurado por Cristo nos convida a banir a intolerância, o ódio e a discriminação, pois atentam e ofendem a filiação divina e a dignidade da pessoa humana. Pelo colóquio, a paz, a fraternidade, entre todas as religiões. Deus seja louvado!