A inclusão de todos e a proteção da sacralidade da vida são os dois princípios fundamentais, segundo o observador permanente da Santa Sé na OSCE, mons. Urbańczyk, sobre os quais se devem basear as políticas dos governos, a fim de ajudar os mais necessitados nesta emergência sanitária, aproveitando a oportunidade oferecida por esta pandemia para procurar soluções novas e inovadoras que visem o bem comum e o desenvolvimento humano integral de todos
Vatican News
O observador permanente da Santa Sé junto à OSCE (Organização para Segurança e Cooperação na Europa) em Viena, na Áustria, mons. Janusz Urbańczyk, em pronunciamento esta terça-feira (03/11) na Conferência Mediterrânica 2020 da OSCE, sobre o tema “Promoção da segurança mediterrânica da OSCE através do desenvolvimento sustentável e do crescimento econômico”, quis sobretudo ressaltar que “as questões de segurança devem ser sempre abordadas de modo global”, tendo em conta “questões como a segurança energética, as alterações climáticas, as migrações e a atual crise econômica e financeira exacerbada pela pandemia da Covid-19”.
Não podemos separar a economia da realidade humana
“Muitas vezes – explicou o prelado –, o nível de crescimento econômico de um país é o único fator considerado no desenvolvimento”, mas “o desenvolvimento do qual falamos não pode ser limitado apenas ao crescimento econômico.
Mons. Urbańczyk, portanto, à luz destas reflexões, em sua intervenção falou das novas formas de pobreza criadas pela pandemia da Covid-19, “que não só exacerbaram as pobrezas existentes, mas acrescentaram outras”. Falou das limitações dos nossos sistemas de saúde, da falta de acesso a uma informação correta e à educação, dos sofrimentos causados pelo isolamento social, do aumento da violência e das dificuldades.
Papel crucial das mulheres na economia e na sociedade
Também destacou que as mulheres em particular são as mais atingidas pelos efeitos da pandemia, recordando o papel crucial delas tanto na economia como na sociedade em geral. São elas que têm a carga de trabalho mais pesada, quer se trate de teletrabalho, cuidados, tarefas domésticas, licenças não remuneradas ou da perda dos seus empregos.
É, portanto, responsabilidade dos governos proteger a dignidade das mulheres e proporcionar-lhes um sistema de proteção social e de compensação adequada, numa sociedade que tem mostrado fortes desigualdades neste tempo de pandemia.
Buscar o bem comum e o desenvolvimento humano integral
A inclusão de todos e a proteção da sacralidade da vida são os dois princípios fundamentais, segundo o prelado, sobre os quais se devem basear as políticas dos governos, a fim de ajudar os mais necessitados nesta emergência sanitária, aproveitando a oportunidade oferecida por esta pandemia para procurar soluções novas e inovadoras que visem o bem comum e o desenvolvimento humano integral de todos.
Vatican News – AP/RL