A Igreja Católica recorda neste dia 1º de agosto, Santo Afonso Maria de Ligório, bispo, confessor e doutor da Igreja
Silvonei José – Vatican News
Santo Afonso é um dos santos mais populares do século XVIII. Bispo e Doutor da Igreja, fundou a Congregação do Santíssimo Redentor (Redentoristas). Nascido em Nápoles em 27 de setembro de 1696, é o santo padroeiro dos estudiosos de teologia ética e dos confessores. Como o Papa Francisco recordou na audiência geral de 1º de agosto de 2018, “conquistou o coração do povo com mansidão e ternura, frutos do relacionamento com Deus, que é bondade infinita”.
Das leis à evangelização
A vida de Santo Afonso, nos anos da sua juventude, parece ter uma direção precisa. Depois de estudar direito civil e canônico, tornou-se o advogado mais brilhante da Ordem dos Advogados de Nápoles. Indignado com a corrupção e a tirania que, nesses anos, poluía o ambiente jurídico, abandonou a sua profissão. É outra, de fato, a vocação de Santo Afonso: torna-se sacerdote e adquire uma vasta cultura teológica que une a uma obra de evangelização entre as pessoas mais humildes da sociedade. Colocou toda a sua criatividade artística e literária a serviço da missão. É o autor da letra e da música de um dos mais populares cânticos de Natal, “Tu scendi dalle stelle” (Tu desces das estrelas).
Toda a esperança depositada em Jesus e Maria
A vida de Santo Afonso é marcada pela oração, pela adoração eucarística e pela devoção mariana. “A ti”, escreveu ele no livro “Glórias de Maria”, dirijo-me, ó minha dulcíssima Senhora e Mãe minha: tu sabes que eu depois de Jesus em ti depositei toda a esperança da minha eterna saúde”. No dia 12 de março de 2015, encontrando os participantes do curso promovido pelo Tribunal da Penitenciária Apostólica, o Papa convidou-os a voltarem o olhar como Santo Afonso, para Maria: “Gosto muito de ler as Histórias de Santo Afonso Maria de Liguori, e os diversos capítulos do seu livro ‘As Glórias de Maria’. Estas histórias de Nossa Senhora, que é sempre o refúgio dos pecadores e procura o caminho para que o Senhor perdoe tudo. Que Ela nos ensine esta arte”.
Todos estão no coração do Pai
A missão de Santo Afonso está ligada à pregação marcada pela simplicidade apostólica e pela educação dos humildes. Dirigindo-se aos professores e alunos da Academia Afonsiana em 9 de fevereiro de 2019, o Papa Francisco recordou que o Santo compreendeu que é preciso “partilhar as necessidades, despertar as expectativas mais profundas do coração e fazê-los experimentar que cada um, por mais frágil e pecador que seja, está no coração do Pai Celestial e é amado por Cristo até a Cruz”. Aquele que é tocado por este amor, sente a urgência de responder com o amor”. O caminho percorrido por Santo Afonso continua a ser uma estrada mestra na história e na vida da Igreja. Dirige-te ao Senhor – disse o santo napolitano – “como a um amigo teu, o mais querido que tens e que mais te ama”. “Não há porteiro – repetiu ele – para aqueles que desejam falar com ele”.
Próximo aos últimos
A oração de Santo Afonso Maria de Liguori para que possamos acolher Jesus pelo menos espiritualmente, quando não é possível sacramentalmente, entrou na piedade popular. É o que salienta o Padre Sabatino Majorano, Redentorista, recordando em particular que Santo Afonso ajudou os mais frágeis a caminhar para a santidade.
R. – “As palavras desta oração entraram na piedade popular. Não se trata de uma prática substituta da Comunhão eucarística. Mas é complementar e preparatória à Comunhão Eucarística. Evidentemente, em momentos em que não é possível receber a comunhão eucarística, a comunhão espiritual tem todo o seu valor”.
A Oração de Santo Afonso Maria de Liguori para a Comunhão espiritual
Neste período de emergência sanitária em que em muitos lugares as missas com a participação dos fiéis estão suspensas, o Papa convida à Comunhão espiritual. Durante a celebração da manhã na lar Santa Marta durante o período de pandemia, recitou frequentemente a oração de Santo Afonso Maria de Liguori.
Não poder receber a Eucaristia não significa não poder se predispor a acolher Jesus com o coração. Na história da Igreja existe uma antiga práxis, confirmada em particular pelo Concílio de Trento, que o Papa Francisco recordou várias vezes durante este período de pandemia. É a Comunhão espiritual: com uma oração exprime-se o desejo ardente, já que não é possível receber a comunhão sacramental, de acolher Jesus Cristo pelo menos espiritualmente. Convidando à Comunhão espiritual, o Papa Francisco recitou frequentemente esta oração de Santo Afonso Maria de Liguori durante a Missa na capela da lar Santa Marta:
“Meu Jesus, eu creio que estais realmente presente no Santíssimo Sacramento do Altar. Amo-vos sobre todas as coisas, e minha alma suspira por Vós. Mas, como não posso receber-Vos agora no Santíssimo Sacramento, vinde, ao menos espiritualmente, a meu coração. Abraço-me convosco como se já estivésseis comigo: uno-me Convosco inteiramente. Ah! não permitais que torne a separar-me de Vós”