Organizado pela Pontificia Scholas Occurrentes e com a bênção do Papa Francisco, mais de 120 estudantes de 60 cidades de todo o mundo se encontraram na Primeira Vídeo chamada do encontro Mundial de Jovens sobre o Coronavírus para enfrentar juntos esse desafio global. 5 jovens portugueses participaram no Encontro Virtual.
Scholas Occurrentes Global – Cidade do Vaticano
Aos poucos começavam a aparecer. Pequenos quadros, uns mais pixelados do que outros, revelavam-nos uns olhos madrugadores, no México, onde estava amanhecendo ou tresnoitadores, no Japão. Um mosaico de caras, jovens todos, inundou a pantalha… E os auriculares: “Ciao!, “Hi!”, “¡Hola!”, “Kon’nichiwa!”, “Bonjour!”, “Alo”, “Olá!”, cumprimentos e gritos de felicidade no meio do caos e do medo. Começava assim a Primeira Vídeo Chamada do encontro Mundial de Jovens sobre o Coronavírus para falar e compartilhar tudo o que lhes está acontecendo a eles e às suas famílias.
No meio dessa inédita situação que atravessam centos de países no mundo inteiro por causa da pandemia do COVID-19, e com a convicção de que a “cultura do encontro” é mais necessária do que nunca, jovens de 60 cidades como Miami, Maputo, Santo Domingo, Roma, Madrid, Porto Príncipe, Lisboa, Assunção, Barranquilla, Buenos Aires, Tóquio, Cidade do México, Barcelona, Setagaya-ku, Porto, La Plata, Nápoles, Tampa, Vigo, Panamá, Bucareste, Cascais, Monterrey, Medellín, dentre muitas outras, encontraram-se para gerar um espaço de saúde mental e ar fresco.
Os jovens conseguiram conhecer de viva voz a realidade que vivem seus pares em outros lugares do mundo, e compartilhar suas sensações, não imunes do medo e confusão, mas contundentes no seu chamado à empatia e à solidariedade.
“Acho que devemos agradecer porque, como disse um jornalista português, nossos pais foram instruídos a ingressar em guerra e agora nos dizem para ficar em lar”. Isso não é tão ruim, só precisamos ficar em lar por um breve momento. ” Filipa de Portugal.
“Temos que ficar nas nossas casas para prevenir e cuidar-nos. Além de que o vírus não chegou em sério aqui, temos que proteger-nos. Parece que não existisse consciência do que está acontecendo, porque há pessoas que tem vontade de sair, mas é porque desconhecem a gravidade do vírus”, Celestino, de Moçambique.
Como ele, vários dos testemunhos compartilhados durante o encontro fizeram um chamado à responsabilidade, sem desconhecer as circunstâncias de outros contextos e realidades.
Dominique, do Haiti: “Estamos preocupados aqui, porque se os países que estão prestes para suportar melhor esse tipo de crise estão sofrendo, imagine nós no Haiti, aqui não estamos prontos, (por isso) se tiver a oportunidade de ajudar alguém, tem que fazê-lo. Esse é o momento de ser solidários”.
Demonstrações de empatia e solidariedade, não tardaram em aparecer: “Chegou o momento de reivindicar a cultura do encontro que defende Scholas”, garantia Sergio, da Espanha.
“Eu sempre tiro algo positivo em tudo, e é que estamos nos comunicando; não temos perdido a rede de comunicação, e isso é o mais relevante; apesar de que estamos em um momento de crise, seguimos de pé; não como amigos ou conhecidos, mas como a grande família que somos Scholas”, eram as palavras de Brayan, do Panamá. “Podemos seguir trabalhando pelo bem comum”.
“Scholas é um sopro de ar em todo isso, é pedaços de coração repartidos pelo mundo, é especial. Graças por seguir fazendo com que eu viva emoções que nunca posso transmitir em palavras “, Sonia, de Palermo, Itália.
Esse primeiro encontro virtual mundial teve como atividade de encerramento a divisão de palavras e ideias ao redor das quais seguir gerando um colóquio e conversa permanente, foi possível escutar muitas palavras tais como fraternidade, sacrifício, coragem, solidariedade, família, fragilidade, empatia, incerteza, desconcerto, comunicação… mas houve duas que se repetiram e se respiraram incessantemente, elas foram as de “esperança” e “encontro”.
No momento do encerramento, onde nenhum dos jovens queria se desconectar, José María del Corral, cofundador da rede mundial Scholas junto a Enrique Palmeyro e Jorge Bergoglio, disse para os adolescentes: “Hoje vocês criaram a melhor vacina e colocaram o nome: “esperança”.