O chefe da Igreja greco-católica ucraniana, Sua Beatitude Sviatoslav Shevchuk, escreve um comentário agradecendo ao Papa Francisco por sua carta ao povo ucraniano, nove meses após o início da guerra.
Vatican News
“Somos gratos ao Santo Padre por esta carta, dirigida ao povo ucraniano, que responde ao grito da população atingida por uma guerra injusta e violenta”. É o que diz Sua Beatitude Sviatoslav Shevchuk, Pai da Igreja greco-católica ucraniana, sobre a carta que o Papa enviou ao povo ucraniano em 24 de novembro, no nono mês desde o início da invasão russa da Ucrânia. A afirmação está contida em uma declaração enviada pela Secretaria do Arcebispado Maior de Kiev-Halych em Roma ao Vatican News.
Shevchuk recorda seu encontro com Francisco, em 7 de novembro passado, no Vaticano: “Falei da devastação que a guerra trouxe à Ucrânia, confiando a suas orações o compromisso da Igreja com o povo. Eu também pedi um gesto de solicitude paterna para assegurar ao povo ucraniano o amor e a proximidade da Igreja. Este pedido foi acolhido.
Sua gratidão é também pelo fato de o Papa “mencionar o drama do povo ucraniano, ‘martirizado por bombas, enquanto as chuvas de mísseis causam morte, destruição e dor, fome, sede e frio'”, retomando textualmente a carta pontifícia. “Um drama muitas vezes esquecido e estrangulado pelas lógicas geopolíticas”.
O trabalho da Igreja greco-católica ucraniana
“A Igreja greco-católica ucraniana continua no terreno, perto do povo sofredor, consciente de que a palavra do Papa pode trazer alívio, e esperando que os constantes apelos do Papa pelo fim da guerra injusta sejam finalmente ouvidos”, lê-se no comentário de Shevchuk.
A proximidade do Bispo de Roma
“Esta carta é um ato sem precedentes de solicitude paternal por parte do Santo Padre, e para os ucranianos tem grande significado”, acrescenta, marcando um contraponto: “enquanto os mais altos representantes do Estado agressor negam ao povo ucraniano seu direito de existir, sua identidade, sua língua e sua Igreja, o Papa se dirige a este povo, reconhece sua subjetividade e admira sua resistência”.
A mensagem de Bergoglio, aos ucranianos, “tem um significado pastoral relevante no início do Advento, que, por providência divina, este ano coincide nos calendários gregoriano e juliano”. “E apesar de celebrarmos o Natal em duas datas diferentes, a Natividade do Senhor é sempre uma festa de paz porque o Senhor que vem ao mundo é o Príncipe da Paz”, salienta ele.
“Na noite de seu nascimento em Belém ouvimos os anjos cantarem: ‘grandeza a Deus nas alturas, e na terra paz aos homens de boa vontade’. Acreditamos sinceramente que a Ucrânia logo ouvirá esta boa notícia angelical”, conclui Shevchuk.