Um convite a valorizar o cabelo africano e a tradição das tranças. É este o objetivo do documentário “Trança é uma tradição” do cineasta guineense, Rui Manuel da Costa. Um filme que tem gerado reações nem sempre agradáveis – afirma o realizador.
Dulce Araújo – Vatican News
Rui Manuel da Costa foi um dos realizadores que participaram na segunda edição do Djarfogo International Film Festival (DIFF), realizado na ilha cabo-verdiana do Fogo de 9 a 13 de novembro. Apresentou a curta-metragem “Trança é uma tradição”, um filme em que pretende chamar a atenção para a tendência das mulheres em vários países da África a usar cabelos artificiais em detrimento da arte tradicional de trançar o cabelo africano. Este fenómeno que envolve, por vezes, mesmo crianças e encontra o favor de homens, está presente sobretudo em centros urbanos, mas vai-se alargando para zonas mais remotas.
O cineasta não sabe explicar a origem disso, o certo é que o filme tem gerado algumas reações desagradáveis – afirma. Mas ele esclarece que não está contra ninguém, apenas quis exprimir-se sobre um tema que lhe vai na alma.
Em Cabo Verde, o realizador guineense participou também de diversos seminários de formação cinematográfica em escolas e, neste âmbito, “Trança é uma tradição” foi apresentado na Escola Secundária “Pedro Pires” em Ponta Verde, ilha do Fogo. Foi uma boa oportunidade, embora não tenha havido ambiente propício para debate – refere ainda Rui Manuel da Costa que tem em agenda outras apresentações, como mencionou, nessa altura, em conversa com a Vatican News sobre este filme produzido por ele próprio.
O DIFF é promovido pela “Txan Film Film Production and Audiovisual Arts” com sede em Los Angeles, nos Estados Unidos, e tem como principal figura o cineasta e antropólogo caboverdiano, Gueny Pires.