Que o Espirito Santo habite em nós, para sermos artesãos e mediadores de paz, guardiões e cuidadores da Terra, cidadãos do infinito responsáveis por todas as criaturas e seres humanos.
Dom Roberto Francisco Ferreria Paz – Bispo de Campos (RJ)
São Paulo VI pedia numa oração dirigida ao Espírito Santo um coração forte para amar e lutar ajudando a transformar a história e sendo capaz de sonhar e gerar um mundo novo.
As vezes reduzimos a ação do Espírito Santo somente ao campo da oração e espiritualidade limitando seu poder inspirador e criativo de fazer acontecer no mundo e na Igreja a cultura de Pentecostes, da fraternidade e da partilha.
Quando Ele nos diz que vem para fazer novas todas as coisas, esquecemos que isso quer dizer novas formas de convivência, novos relacionamentos e estruturas para acolher a graça amorosa do Deus da Vida e da Paz inteira e integral. Quase nunca falamos ou percebemos no Espírito o sopro da vida que cuida de todas as criaturas e de todos os seres humanos, tornando a Terra a lar comum, habitável para todos/as.
Não associamos que o Espírito Santo permite ligar os três “es” economia, ecologia e ecumenismo que harmonizados podem gerar vida em abundância, para um mundo reconciliado liberto e justo. Uma das contribuições da Constituição Gaudium et Spes foi a proposta teológica dos sinais dos tempos, profundamente evangélica que nos ensina a achar e ver na história humana os apelos do Espírito como percebemos hoje o grito da Terra, o grito dos refugiados climáticos, das vítimas da violência, das novas formas de escravidão e opressão.
O Espírito Santo como Pai dos pobres, os ampara e protege, mas também os empodera e organiza não só para resistir e sobreviver, mas superar as formas degradantes de miserabilidade que ofendem a dignidade humana.
O Espírito Santo como alma que anima as Igrejas, guia e ilumina, tornando as em missionárias e servidoras do Evangelho de Jesus, que cura, liberta e restaura a todas as pessoas unindo-as numa só família de irmãos/ irmãs.
Que o Espirito Santo habite em nós, para sermos artesãos e mediadores de paz, guardiões e cuidadores da Terra, cidadãos do infinito responsáveis por todas as criaturas e seres humanos. Deus seja louvado!