A Catequese da Reforma e a do Iluminismo

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A Reforma era necessária e grande personagem da mesma foi Erasmo de Roterdã, que se preocupou com a instrução religiosa dos estudantes.

Lutero impressionou-se com a ignorância do povo e, por isso, ele mesmo pôs-se a escrever dois catecismos: um maior, para os pais de família; e outro menor, para as crianças. Ambos com a mesma estrutura: primeiro, os Mandamentos, que ensinam o homem a reconhecer-se pecador; depois, o Credo, que ensina a misericórdia que Deus ofereceu em Jesus Cristo; finalmente, o Pai Nosso, que ensina como desejar e pedir a graça. Também Calvino descobriu a função unificadora dos catecismos.

A Reforma Católica, por sua vez, se deu por meio da elaboração de Catecismos e da organização progressiva da Catequese.

Em oposição a Lutero, na Alemanha, São Pedro Canísio escreveu seus catecismos – os mais difundidos. E uma das razões do seu êxito foi o antiprotestantismo. Depois, veio o Catecismo Romano, de Pio V, publicado em 1566, fruto do Concílio de Trento. Já trazia a estrutura: Credo, Sacramentos, Mandamentos e Oração. Foi nele que se inspirou o jesuíta José Acosta para escrever o seu catecismo, que foi o primeiro livro impresso na América do Sul. Os últimos catecismos dos séc. XVI foram os de Roberto Belarmino. Clemente VIII adotou-o para a Diocese de Roma e recomendou-o para toda a Igreja. Era o início da possibilidade de um catecismo universal – discussão do Concílio Vaticano I.

O Concílio de Trento ordenou a instituição da Catequese Paroquial, o que foi acontecendo aos poucos. Junto à paróquia, na qual se continuará a recordar que os pais são os primeiros catequistas de seus filhos, a escola aparece como canal para a formação cristã; tanto as escolas paroquiais como os colégios e universidades dirigidos por congregações religiosas.

O Iluminismo traz uma nova consciência de si. Sua antropologia teológica, ainda que tendo presente as consequências do pecado original, proclamou a dignidade do ser humano.

A catequese escolarizada trouxe alguns benefícios: os catequistas, influenciados pela pedagogia científica do iluminismo, esforçaram-se por conhecer melhor seus ‘alunos’ para adaptar o ensino segundo sua capacidade; elaboraram o método de perguntas chamado socrático; aproveitaram a história sagrada. A catequese ganhou também em organização, mas nem tudo foi positivo.

Para o Iluminismo não pode haver revelação sobrenatural nem autoridade eclesiástica que contradigam a razão. A única religião verdadeiramente humana será a religião natural.

Por isso, Sailer (1751-1832) propôs com lucidez progressiva a pastoral e a catequética a partir do anúncio do Reino de Deus. Segundo ele, livre da especulação e dos conceitos, o catequista deve ser arauto do Evangelho.

(2ª parte dos artigos de Dom Félix sobre “Catequese e Liturgia”).

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