O lugar próprio da missão do cristão é o mundo: mundo da família, do trabalho, da escola, do lazer, da política, dos meios de comunicação. Todo cristão é chamado a participar da construção de uma nova sociedade engajando-se em associações de moradores, sindicatos, entidades beneficentes e partidos políticos que tenham como finalidade o bem de todos, sem exceção. Se você optar por ficar ‘na sua’, deixando que tudo fique como está, estará aceitando a situação e, portanto, indiretamente, aderindo e colaborando com ela.
Enquanto instituição, a Igreja faz política, mas não política partidária. Ou seja, ela não tem um partido próprio, nem adota um partido como seu. Porém, é seu dever incentivar os cristãos a se engajarem e a participarem da política partidária, levando aos partidos e às ideologias que os sustentam, as riquezas e os valores do Evangelho.
É estranho que, na Igreja, tantos católicos condenem os políticos de carreira enquanto eles mesmos se recusam a buscar o poder, pelo voto, para colocá-lo a serviço do bem comum. Em alguns lugares os cristãos leigos estão tão acomodados e, não raro, tão omissos à política, que padres se veem obrigados a substituí-los, assumindo assim uma tarefa que, em princípio, não diz respeito a eles, uma vez que eles são ministros da unidade, sem partidarismos.
Mas o católico deve fazer política de qualidade, buscando e defendendo o bem comum à luz do que nos ensina o Evangelho de Jesus. A fé deve iluminar a política e não substituí-la ou demonizá-la. Nós cristãos temos uma Boa Notícia (o Evangelho) para anunciar a todos. Por que não enriquecer a política com ela? Católico consciente faz política, sim, porque não se cansa de buscar o bem de todos. O mundo da política só tem a adquirir com a luz que recebe do Evangelho; o mesmo não acontece com a politicagem, que é denunciada pela Igreja como pecado contra a pessoa e contra Deus.
(2ª Parte do Artigo de Dom Félix sobre Igreja e Política)