Apostolicidade da Eucaristia na Igreja

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Quando o Catecismo da Igreja Católica explica em que sentido a Igreja se diz apostólica, ou seja, fundada nos apóstolos, individua na expressão um tríplice sentido.

O primeiro significa que a Igreja “foi e continua a ser construída sobre o alicerce dos Apóstolos (Ef 2,20), testemunhas escolhidas e enviadas em missão pelo próprio Cristo” (CIC 857). Ora, no caso da Eucaristia, os apóstolos também estão na sua base: naturalmente o sacramento remonta ao próprio Cristo, mas foi confiado por Jesus aos apóstolos e depois transmitido por eles e por seus sucessores até nós. É em continuidade com a ação dos apóstolos e obedecendo ao mandato do Senhor que a Igreja celebra a Eucaristia ao longo dos séculos.

O segundo sentido que o Catecismo da Igreja Católica indica para a apostolicidade da Igreja é este: ela “guarda e transmite, com a ajuda do Espírito Santo, que nela habita, a doutrina, o bom depósito, as sãs palavras recebidas dos apóstolos” (AG 15). Também nesse sentido a Eucaristia é apostólica, porque é celebrada com a fé dos apóstolos.

Por último, a Igreja é apostólica enquanto “continua a ser ensinada, santificada e dirigida pelos apóstolos até o regresso de Cristo, graças àqueles que lhe sucedem no ofício pastoral: o Colégio dos bispos, assistido pelos presbíteros, em união com o sucessor de Pedro, pastor supremo da Igreja” (CIC 857).

Se a Eucaristia é centro e cume da vida da Igreja, o é igualmente do ministério sacerdotal. Por isso, com espírito repleto de gratidão em Jesus Cristo, podemos afirmar que a Eucaristia é a principal e central razão de ser do sacramento do Sacerdócio, que nasceu efetivamente no momento da instituição da Eucaristia e juntamente com ele.

O Concílio Vaticano II individuou como vínculo, que dá unidade a sua vida e a suas atividades, a caridade pastoral. Esta “flui, sobretudo, do sacrifício eucarístico que permanece o centro e a raiz de toda a vida do presbítero” (PO 14). Compreende-se, assim, quão relevante seja para a vida espiritual, e depois para o bem da Igreja e do mundo, que o sacerdote ponha em prática a recomendação conciliar de celebrar diariamente a Eucaristia, “porque, mesmo que não possa ter a presença dos fiéis, é ato de Cristo e da Igreja” (CDC 904). Deste modo, ele será capaz de vencer toda a dispersão ao longo do dia, encontrando no sacrifício eucarístico verdadeiro centro de sua vida e de seu ministério, a energia espiritual necessária para enfrentar as diversas tarefas pastorais. Assim, seus dias tornar-se-ão verdadeiramente eucarísticos.

Quando, devido à falta de sacerdotes, for confiado a fiéis não ordenados uma participação no cuidado pastoral de uma paróquia, eles tenham presente que, como ensina o Concílio Vaticano II, “nenhuma comunidade cristã se edifica sem ter a sua raiz e o seu centro na celebração eucarística” (PO 6). Portanto, hão de pôr todo o cuidado em manter viva na comunidade uma verdadeira “fome” da Eucaristia, que leve a não perder qualquer ocasião de ter a celebração da Missa.

Por Dom Félix – Bispo Diocesano

Fonte: Artigo “A Amizade com Jesus na Palavra e na Eucaristia” (7ª Parte).

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