O país enfrenta temperaturas altas na marca dos 46ºC e sofre com as consequências do ciclone Amphan que devastou o país. A pandemia de coronavírus agrava a situação principalmente dos milhares de pobres, desempregados e migrantes que, encontraram na doação das Missionárias da Caridade, o alimento para matar a fome: elas distribuíram pacotes com arroz, açúcar, farinha de trigo, legumes secos e lentilhas nas favelas de Calcutá e Howrah.
Andressa Collet – Cidade do Vaticano
Nesta terça-feira (26), a capital da Índia registrou a temperatura mais alta do mês de maio desde 2002: o calor em Nova Délhi bateu a marca dos 46ºC. O país ainda enfrenta as consequências do ciclone Amphan da semana passada, que além de dezenas de mortes deixou rastros de devastação, inundando centenas de vilas costeiras e destruindo colheitas e casas. Milhares de famílias foram deslocadas, inclusive preventivamente, com sistemas eficazes de monitoramento climático.
Aumento de casos de Covid-19 no país
A pandemia de coronavírus, porém, só agrava a situação do país: pelo sétimo dia consecutivo o contágio tem aumentado. Já são 145 mil casos confirmados e mais de 4 mil pessoas que morreram, vítimas da Covid-19 na Índia. O governo decretou lockdown em 24 de março com previsão de terminar no final do mês, em 31 de maio.
Centenas de milhões de pessoas perderam o trabalho, ficando sem comida e sem lar. Muitos deles são migrantes que estavam na cidade à procura de emprego e, agora, ficaram impossibilitados de voltar às vilas onde moravam. Uma situação que revela a dramática realidade dos mais vulneráveis que encontram a esperança no trabalho das Missionárias da Caridade, as Irmãs de Madre Teresa, que, ainda antes da passagem do Amphan, distribuíram comida para 40 mil famílias.
Comida para 40 mil famílias pobres
Com um caminhão e uma ambulância – no caso de alguém passar mal – elas percorreram várias partes da cidade de Calcutá de quase 15 milhões de habitantes, mas sobretudo foram ajudar os mais pobres de Howrah, no mesmo Estado de Bengala, com mais 1 milhão de pessoas. Os pacotes continham arroz, açúcar, farinha de trigo, legumes secos e lentilhas.
Segundo a agência de notícias AsiaNews, o arcebispo de Calcutá, dom Thomas D’Souza, ficou admirado com a iniciativa e afirmou que “é uma grande ajuda para o povo de Howrah, que é uma das áreas mais pobres. Irmã Prema, superiora geral das Missionárias da Caridade, chegou a distribuir pessoalmente os pacotes no local. A polícia ajudou ela a se orientar no labirinto das favelas”.
O vigário geral da arquidiocese, Pe. Dominic Gomes, comentou que as Missionárias da Caridade estão realmente na linha de frente, “em meio aos mais pobres dos pobres gerados pelo lockdown. Aquilo que fazem é um serviço humanitário imenso para quem ficou sem nenhuma ajuda e foi esquecido”.