Família: Dom e Compromisso -10ª Parte

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Acredita-se, hoje, que a indissolubilidade é uma exigência ideal, porém irrealizável. Mas, poderia Deus dar a este empenho um peso que, sendo irrealizável, resultaria insuportável aos esposos? Ele, o autor do matrimônio, que vai ao encontro dos esposos cristãos, oferece sua graça e sua força para que na Igreja doméstica sejam capazes de viver na dimensão do Reino.

É preciso refletir, tendo em mãos o Catecismo da Igreja Católica, sobre toda a riqueza do matrimônio no plano de Deus, em todas as considerações que se fazem a respeito do matrimônio na ordem da criação, sobre a escravidão do pecado e em relação ao matrimônio no Senhor. O projeto original de Deus vem considerado neste sentido: “A vocação ao matrimônio faz parte da própria natureza do homem e da mulher, os quais saíram da mão do Senhor” (CIC 1603). Não é, portanto, uma instituição meramente humana, submetida ao arbítrio do homem. Deus mesmo é o autor do matrimônio. Ela responde à natureza da comunidade de vida e do amor conjugal, regulada por leis próprias, e acolhe com felicidade e confiança a vontade de Deus.

Sobre a escravidão do pecado, o matrimônio é ameaçado pela discórdia, o espírito de domínio, da deslealdade. “É uma confusão (oposta à ordem original) que não se origina da natureza do homem e da mulher nem da natureza das suas relações, mas do pecado” (CIC 1607). Introduzem-se rupturas e distorções, relações de domínio e avidez, porém “a ordem da criação permanece, mesmo se gravemente perturbada. O homem e a mulher precisam da ajuda de Deus e da sua infinita misericórdia para realizar a união de suas vidas na ordem que Deus criou ‘no princípio’” (CIC 1608).

“A consciência ética relativa à unidade e indissolubilidade desenvolveu-se na pedagogia da antiga Lei”. Na sua pregação, Jesus ensinou sem ambiguidade o sentido original da união do homem e da mulher. “Esta invocável insistência na indissolubilidade do vínculo matrimonial é para restabelecer a ordem da criação perturbada pelo pecado”. No matrimônio no Senhor, os esposos “seguindo Cristo, renunciando a si mesmos, poderão ‘compreender’ o sentido original do matrimônio e vivê-lo com a ajuda de Cristo” (CIC 1614; 1615).

Fonte: Artigo sobre “Família: Dom e Compromisso, Esperança da Humanidade” do Cardeal Alfonso Lopez Trujillo.

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