Tendo em vista a conferência sobre o clima, em novembro próximo, no Azerbaijão, a Embaixada da Soberana Ordem Militar de Malta junto da Santa Sé organiza um evento para expor os resultados de um estudo da Fundação MAIRE, segundo o qual a conversão energética não é apenas “crítica ” para combater os danos ambientais, mas também oferece uma oportunidade relevante para a criação de emprego e investimento na educação.
Deborah Lubov – Vatican News
Para combater o aumento das temperaturas globais e as mudanças climáticas, a transição dos combustíveis fósseis para fontes de energia renováveis e circulares é essencial. Uma consciência que esteve no centro de uma apresentação e debate de alto nível que teve lugar no Palazzo Orsini, em Roma, organizados pela Embaixada da Soberana Ordem Militar de Malta junto da Santa Sé, segunda-feira, 16 de setembro.
No espírito da Laudato si’. Rumo à COP 29
O evento, intitulado “No espírito da Laudato si’. Rumo à COP 29: A Transição Energética como uma Oportunidade para a Inclusão Social e de Emprego”, apresentou um estudo da Fundação MAIRE e os últimos desenvolvimentos rumo à COP 29, que terá lugar em Baku, no Azerbaijão. A pesquisa, realizada durante a COP 28, em Dubai, envolveu 1.700 entrevistados de dez países, incluindo Itália, Reino Unido, Turquia, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos, China, Índia, Argélia, Chile e Estados Unidos.
O estudo da Fundação MAIRE foi realizado em colaboração com a empresa multinacional de pesquisa de mercado e consultoria IPSOS. Os resultados completos podem ser encontrados aqui no site da Fundação, que reafirma o compromisso da organização em “promover a formação dos ‘engenheiros humanistas’ de amanhã, que poderão aplicar sua visão ampla e conhecimento multidisciplinar para contribuir com a transição energética e digital”.
A necessidade urgente de conversão de energia
De acordo com seus dados, a organização pede uma “mudança profunda” no cenário industrial e econômico e na conversão de energia, pois, caso contrário, o meio ambiente sofrerá danos irreparáveis. Para que isso aconteça, são essenciais novas competências e a requalificação da força de trabalho atual. Conforme confirmado pelo estudo, os engenheiros que orientarão essa metamorfose precisarão ter uma abordagem mais “humanística” sobre como lidar com a transição.
Objetivo zero emissões e neutralidade de carbono
Da mesma forma, a Fundação pede “uma mudança radical na forma como formamos as pessoas necessárias para atingir emissões zero”. Como Fundação MAIRE”, enfatiza, ‘continuamos comprometidos em contribuir para a evolução da sociedade em direção às metas de neutralidade de carbono por meio da educação e do incentivo cultural’.
Criar locais de trabalho inclusivos
O estudo revela uma consciência crescente da importância do desenvolvimento de competências para enfrentar a transição energética, particularmente nos países emergentes da Ásia, Oriente Médio, Norte de África e América do Sul. Além disso, indica uma nova consciência e um novo papel de liderança que emerge destas regiões na transição ecológica, o que não é apenas uma resposta urgente à crise climática, mas também representa uma oportunidade sem precedentes para a criação de emprego e inclusão de mulheres e minorias na força de trabalho.
Investimento na educação e formação
Neste contexto, as organizações insistem na importância de investir na educação e na formação para enfrentar estes novos desafios, com particular atenção à ecologia integral, que “é vital” para garantir um porvir sustentável para as gerações futuras. Desta forma, acrescentam, a proposta também se alinha com o espírito da encíclica do Papa Francisco de 2015 Laudato si’ sobre o ambiente. Durante o evento, a Fundação MAIRE promoveu também uma bolsa de estudos para pesquisa sobre a integração dos fluxos de migrantes na força de trabalho no setor de transição energética.
O painel de especialistas
Antonio Zanardi Landi, embaixador da Soberana Ordem Militar de Malta junto à Santa Sé e Fabrizio Di Amato, presidente da Fundação MAIRE, deram as boas-vindas aos convidados. Entre os palestrantes da mesa redonda estavam o ministro do Interior italiano, Matteo Piantedosi, o padre Enzo Fortunato, diretor de Comunicação da Basílica de São Pedro, e Cristina Finocchi Mahne, economista e professora da Universidade Católica do Sagrado Coração de Milão.