“Procuramos ser uma comunidade que promove, mesmo nas dificuldades, a comunhão entre todos os componentes da sociedade. Cuidar, sem distinção, de nossos irmãos e irmãs pobres e sofredores, nos quais Cristo se faz presente, é nossa prioridade”. “Em nosso compromisso diário, nós batizados neste país de grande maioria islâmica, com 87% da população muçulmana, vivemos pacificamente, no sinal do respeito às diferenças e da harmonia inter-religiosa”, afirma o religioso jesuíta padre Ignatius Ismartono
Vatican News
Em Yogyakarta, cidade onde florescem universidades e institutos educacionais, estudantes católicos e muçulmanos compartilham caminhos de estudo e experiências de solidariedade com os mais pobres. Na ilha de Flores, “coração católico” da Indonésia, os religiosos camilianos realizam programas de assistência alimentar para centenas de famílias com dificuldades econômicas.
No Bornéu indonésio, na província de Kalimantan Ocidental, um novo mosteiro Trapista está em construção, seguindo-se a outros três já presentes na nação asiática. Em Bandung, na ilha de Java, irmã Gerardette Philips, missionária do Sagrado Coração de Jesus, que está na Indonésia há 22 anos, como sinal de comunhão espiritual participa do jejum que os fiéis muçulmanos vivem durante o mês do Ramadã, sagrado na tradição islâmica.
Viver a missão de Cristo mostrando a face da Igreja católica
Em Jacarta, a organização “Sahabat Insan” (“Amizade e Humanidade”), fundada pelos Jesuítas indonésios, cuida dos trabalhadores migrantes e vítimas do tráfico de pessoas, restaurando sua dignidade e libertando-os da escravidão.
Todas estas são experiências diferentes – e, ao lado destas, há muitas outras – com as quais no vasto arquipélago asiático de 18 mil ilhas, caracterizado por cerca de 400 grupos étnicos nativos e 742 idiomas e dialetos diferentes, “os católicos indonésios vivem a missão de Cristo mostrando a face da Igreja católica”, disse dom Antonius Subianto Benjamin, OSC, bispo de Bandung e recém-eleito presidente da Conferência Episcopal Indonésia.
Face à diversidade, unidos na fé, na esperança e no amor
Em uma declaração final da Assembleia dos bispos indonésios, que acaba de ser concluída em Bandung, dom Subianto reafirma o caminho “para realizar uma verdadeira comunidade sinodal, onde a fraternidade, a participação e o espírito de missão sejam vividos”.
Neste sentido, “a Igreja católica indonésia mostra unidade na diversidade, como a Igreja universal em miniatura”, observa ele, enquanto os bispos das diferentes dioceses, representando comunidades tão diversas em cultura e tradição, “se unem na fé, na esperança e no amor”.
“Todo batizado é 100% católico e 100% indonésio”
O bispo Antonius Subianto Benjamin quis enfatizar que a Constituição apostólica do Papa Francisco “Praedicate Evangelium” “ajudará a Igreja católica indonésia a se tornar mais presente, amigável e de coração aberto, para ser sal, luz e fermento na sociedade”.
“A Igreja indonésia – acrescentou – pretende responder ao chamado expresso pelo Papa Francisco na Exortação apostólica ‘Gaudete et Exultate’, levando, em nome do Evangelho, uma mensagem de consolação e de felicidade a todos os indonésios, especialmente os pobres, os fracos e os esquecidos”. Dom Subianto conclui citando o lema formulado por dom Albertus Soegijapranata, o primeiro bispo nativo da Indonésia: “Todo batizado é 100% católico e 100% indonésio”.
O caminho sinodal na Igreja indonésia
O padre jesuíta indonésio Ignatius Ismartono, que foi secretário da Comissão episcopal indonésia para o colóquio interreligioso, comenta: “Em nosso compromisso diário, nós batizados neste país de grande maioria islâmica, com 87% da população muçulmana, vivemos pacificamente, no sinal do respeito às diferenças e da harmonia inter-religiosa. Estamos presentes ao lado dos mais vulneráveis e explorados”.
“Procuramos ser uma comunidade que promove, mesmo nas dificuldades, a comunhão entre todos os componentes da sociedade. Cuidar, sem distinção, de nossos irmãos e irmãs pobres e sofredores, nos quais Cristo se faz presente, é nossa prioridade. Este é nosso caminho sinodal”.
(com Fides)