A dimensão sinodal da Igreja implica a comunhão na Tradição viva da fé das Igrejas locais entre si e com a Igreja de Roma, no sentido diacrônico (antiguidade) e no sentido sincrônico (universalidade). A transmissão e a recepção dos Símbolos da fé e das decisões dos Sínodos e dos Concílios Ecumênicos expressaram e garantiram de modo normativo a comunhão na fé professada em todo lugar, sempre e por todos.
A sinodalidade é vivida na Igreja a serviço da missão. A Igreja peregrina é por natureza missionária; ela existe para evangelizar. Todo o povo de Deus é o sujeito do anúncio do Evangelho. Nele, todo batizado é convocado para ser protagonista da missão, pois todos somos discípulos missionários. A Igreja é chamada a ativar em sinergia sinodal os ministérios e os carismas presentes na sua vida para discernir os caminhos da evangelização na escuta da voz do Espírito.
O discernimento comunitário exige a escuta, atenta e corajosa, do que o Espírito diz às Igrejas: escuta de Deus, até ouvir com Ele o grito do povo; escuta do povo, até respirar aí a vontade para qual Deus nos chama. Os discípulos de Cristo devem ser contemplativos da Palavra e contemplativos do povo de Deus.
O discernimento deve se desenvolver em um espaço de oração, meditação, reflexão e estudo necessário para escutar a voz do Espírito; mediante um colóquio sincero, sereno e objetivo com os irmãos e as irmãs; com atenção às experiências e aos problemas reais de cada comunidade e de cada situação; no intercâmbio de dons e na convergência de todas as energias em vista da edificação do Corpo de Cristo e do anúncio do Evangelho.