A UNESCO publicou em finais de 2021 um Relatório sobre “A Indústria do Filme em África: tendências, desafios e oportunidades de crescimento”. É a primeira vez que se traça um mapa completo da indústria cinematográfica e audiovisual nos 54 Estados africanos e se analisam as forças e fraquezas desta indústria no continente.
Dulce Araújo – Vaticannews
No Relatório, constata-se que a produção e distribuição de filmes é um dos sectores mais dinâmicos no mundo e que em África, graças a novas tecnologias, tem vindo a crescer. Atualmente, gera, por ano, a nível do continente africano, um rendimento de cerca de 5 mil milhões de dólares e emprega cerca de 5 milhões de pessoas, mas se houvesse mais investimentos no sector, esse rendimento e empregos poderiam ser quatro vezes mais.
Para além de maiores investimentos, há também o desafio da desigualdade de género neste sector, da censura e da pirataria.
Para o cineasta e antropólogo caboverdiano, residente em Los Angeles, nos Estados Unidos, Gueny Pires, trata-se de um bom Relatório, embora ele não concorde com as informações relativas a Cabo Verde e a alguns outros países africanos de língua oficial portuguesa.
Em baixo, a entrevista que concedeu à Rádio Vaticano e em que insiste na importância da formação e de políticas de investimento no cinema para desenvolver este sector tão relevante e promissor em África.
Gueny Pires é fundador da sociedade “Txan Film Productions & Visual Arts” através da qual realizou em novembro de 2021 a primeira edição do “Djarfogo International Film Festival” (DIFF), na ilha do Fogo, em Cabo Verde, onde tem também projectos de formação para jovens.