Adoração ao Santíssimo Sacramento – Parte 2

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Na carta apostólica Mane Nobiscum Domine, São João Paulo II nos anima a ressaltar que a adoração eucarística fora da Missa deve se tornar um empenho especial para cada comunidade paroquial e religiosa. “Permaneçamos longamente prostrados diante de Jesus na Eucaristia, reparando com nossa fé e amor os descuidos, os esquecimentos e até os ultrajes que nosso Salvador deve sofrer em tantas partes do mundo”.

Não há dúvida de que a reforma litúrgica do Concílio trouxe grandes vantagens para uma participação mais consciente, ativa e frutuosa dos fiéis no santo sacrifício do altar. Mais ainda, em muitos lugares, é dedicado amplo espaço à adoração do Santíssimo Sacramento, tornando-se fonte inesgotável de santidade (EE 10).

O culto prestado à Eucaristia fora da Missa é de um valor inestimável na vida de Igreja, está ligado intimamente com a celebração do sacrifício eucarístico. Compete aos Pastores, inclusive pelo testemunho pessoal, estimular o culto eucarístico, de modo particular a exposição do Santíssimo Sacramento e também a visita de adoração a Cristo presente sob as espécies eucarísticas.

É bom demorar-se com Ele e, inclinado sobre o seu peito como o discípulo amado (Jo 13,25), deixar-se tocar pelo amor infinito do seu coração. Se atualmente o cristianismo deve caracterizar-se, sobretudo, pela “arte da oração”, como não sentir de novo a necessidade de permanecer longamente, em colóquio espiritual, adoração silenciosa, atitude de amor, diante de Cristo presente no Santíssimo Sacramento? Quantas vezes fiz esta experiência, recebendo dela, força, consolação, apoio!

Desta prática, muitas vezes louvada e recomendada pelo Magistério, deram-nos o exemplo numerosos santos. De modo particular, distinguiu-se Santo Afonso Ligório, que escreveu: “A devoção de adorar Jesus Sacramentado é, depois dos sacramentos, a primeira de todas as devoções, a mais agradável a Deus e a mais útil para nós”. A Eucaristia é um tesouro inestimável: não só a sua celebração, mas também o permanecer diante dela fora da Missa permite-nos beber na própria fonte da graça. Uma comunidade cristã, que queira contemplar melhor o rosto de Cristo /…/ não pode deixar de desenvolver também esse aspecto do culto eucarístico, no qual perduram e se multiplicam os frutos da comunhão do corpo e sangue do Senhor (EE 25).

“Esta prática da adoração é baseada em razões sólidas e robustas porque a Eucaristia é ao mesmo tempo sacrifício e sacramento. Mas é diferente dos outros sacramentos na medida em que não só produz a graça, mas contém de modo permanente o próprio autor da graça, ele mesmo. Quando, portanto, a Igreja nos convida a adorar Cristo escondido por trás dos véus eucarísticos e rezar a ele por favores espirituais e temporais, ela manifesta a fé em seu esposo divino, que está presente sob os véus, ela professa sua gratidão a ele, e ela gosta da intimidade de sua amizade” (Papa Pio XII).

Por Dom Félix – Bispo Diocesano

Fonte: Artigo “A Amizade com Jesus na Palavra e na Eucaristia” (11ª Parte).

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