Não compete à hierarquia da Igreja indicar candidatos ou partidos, mas promover a conscientização e articulação dos fiéis, enquanto cidadãos, no campo da política.
A Igreja sente como seu dever e direito estar presente no campo da política, porque o cristianismo deve evangelizar a totalidade da existência humana. E ela assume sua missão no campo político, visando formar a consciência dos cristãos de que há uma relação intrínseca e indissociável entre vida e fé, promoção humana e missão religiosa.
A sociedade humana tem uma dimensão política enquanto se organiza e se dota dos meios necessários para que a vontade dos seus membros possa se expressar e alcançar fins coletivos.
A Igreja não pode ignorar a política, pois esta é instrumento necessário de organização da vida social e expressão de opções e valores que definem o destino do povo e a concepção do homem.
O fato da presença da Igreja no mundo da política é inevitável, mas a natureza e a qualidade dessa presença dependem de sua consciência evangélica e profética, do momento histórico e do próprio conceito de política. A razão mais profunda da atitude da Igreja frente à política decorre da consciência evangélica de sua missão. Cabe-lhe iluminar a política pela verdade sobre o homem.
A formação das consciências em vista da participação nas transformações sócio-políticas é responsabilidade de toda a Igreja. A atuação concreta nesse campo compete, antes de tudo, aos leigos que aí devem exercer o seu protagonismo. Os cristãos precisam buscar urgentemente a união entre vida e fé, a expressão da fidelidade a Cristo na vida quotidiana, nas relações sociais e na participação política.