Papa pelo Dia Mundial dos Legumes: alimentar todos de forma saudável para acabar com a fome

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A data instituída pela ONU foi celebrada na última quarta-feira (10). Nesta sexta-feira (12), Francisco enviou mensagem para um evento on-line, comemorativo ao Dia Mundial dos Legumes, desde Nova York, nos EUA. O Papa destacou o trabalho das mulheres do campo, na hora da colheita, e também falou do potencial nutritivo dos legumes em dietas saudáveis – que deveriam ser “um direito universal”, incentivando os países a promover políticas de educação pública a respeito e unindo forças “para acabar, de uma vez por todas, com a fome”.

Andressa Collet – Vatican News

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Nesta sexta-feira (12), o Papa Francisco enviou uma mensagem para um evento on-line, desde Nova York, nos EUA, que marca o Dia Mundial dos Legumes, instituído pela ONU e celebrado na última quarta-feira (10), já que as leguminosas são consideradas aliadas indispensáveis na luta contra a pobreza e a favor da segurança alimentar em nível mundial. Desde 2019, a data é promovida pela FAO, a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura.

A dedicação da mulher do campo

A mensagem do Papa, dirigida ao diretor-geral da FAO, autoridades e representantes diplomáticos, foi assinada por dom Paul Richard Gallagher, secretário das Relações com os Estados. O Pontífice começou o texto agradecendo pela iniciativa que também destaca “o papel fundamental das mulheres do campo na produção e distribuição de alimentos através de mecanismos cooperativos que, em essência, encontram a sua razão e força no amor ao próximo e no trabalho conjunto”.

Isso porque, procurou explicar o Papa, os legumes são os frutos ou vagens que são colhidos “não por corte, mas tirando das plantas com a mão”. É um trabalho que evoca naturalmente as mãos ásperas, devido ao contato com a terra e os climas rigorosos, em horários inconvenientes, que os trabalhadores rurais, particularmente as mulheres, fizeram e continuam fazendo”.

Um exemplo concreto que vem das mulheres rurais e indígenas, comentou o Pontífice, que “têm muito a nos ensinar sobre como o esforço e o sacrifício nos permitem construir, junto ao outro e não por causa do outro, redes que garantam o acesso aos alimentos”.

O potencial nutritivo dos legumes

Os legumes colhidos no campo, em particular, além de serem simples e nutritivos, “são um alimento nobre com um imenso potencial”, “desprovidos de orgulho e não refletem o luxo, enquanto são um componente essencial de dietas saudáveis”, disse o Papa, que citou: “lentilha, feijão, ervilha e grão-de-bico podem ser encontrados nas mesas de muitas famílias, porque conseguem satisfazer várias necessidades proteicas em nossas dietas diárias”.

Infelizmente, porém, Francisco recordou que “ainda há muitas pessoas, entre as quais não podemos esquecer as crianças, que não têm acesso aos recursos mais básicos e carecem de alimentação saudável suficiente”. É a fome, afirmou ele, sobretudo agravada pela pandemia, que “não deixa de assolar muitas regiões do mundo com o seu flagelo mortal”.

O Papa, então, reforçou na mensagem que seguir uma alimentação saudável “deveria ser um direito universal”. Para isso, o papel dos países é fundamental para alcançar esse objetivo “e para incentivar políticas de educação pública que promovam a inclusão de alimentos nutritivos” nas dietas, como os próprios legumes.

“Vamos prosseguir juntos com esperança. Imitemos os bons e belos atos daquelas mulheres rurais que não desistem de sua missão de alimentar os próprios filhos e os filhos das outras famílias. Valorizemos o compromisso de nos sentirmos parte da lar Comum, onde deve haver espaço para todos, sem descartar ninguém. Vamos alimentar todos e de forma saudável para que todos tenham as mesmas oportunidades e possamos construir um mundo inclusivo e justo.”

E, citando o escritor argentino Jorge Luis Borges, o Papa convidou todos a desenvolver a arte de cada um, transformando-a numa esperança palpável para dar de comer a quem precisa: unindo forças “para acabar, de uma vez por todas, com a fome”.

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